quarta-feira, 21 de abril de 2010
Padrões
Greta Garbo, Marilyn Monroe, Brooke Shields, Angelina Jolie, Sharon Stone ou
Gisele Bündchen.
Num primeiro momento, o que elas têm em comum?
Nada.
E se for mencionado o termo: "padrões de beleza?"
O que elas têm em comum agora?
Tudo.
Cada uma em sua forma de se mostrar ao mundo, ditou uma moda.
Uma época.
Greta Garbo e sua sensualidade depressiva.
Marilyn Monroe e a voluptosidade sacana.
Brooke Shields, que nos anos 80 junto com a "Lagoa Azul" fez muito marmanjo pensar seriamente
em se mudar pra uma ilha.
Sharon Stone e o jeito fatal aliado com sua cruzada de pernas mais famosa do cinema.
Angelina Jolie, me nego a comentar de você.
E Gisele fala sério, você é nariguda.
Surge uma mulher, ou um cara, que fazem um filme outro, se preocupam com o meio ambiente e as crianças famintas
da Etiópia. Tá aí. Formou um padrão.
E uma febre.
Todo mundo querendo aquele corte de cabelo, aquela boca carnuda, que mais parece uma "picanha em cada beiço."
Buscando ser perfeito, e fingir ser o que não é.
Muito bom admirar, ver a beleza gritante que os estereótipos tem.
Mas querer se parecer?
Imitar?
Daí surge o silicone na boca.
Duas costelas retiradas com intuito de afinar a cinturinha.
E a anorexia? É bonito ser um puro osso.
Vem a depressão e o esquecimento.
Depressão porque você nunca será igual.
E esquecimento, porque esquecemos que beleza não tem padrão.
Por isso, vemos um cara magrelo namorando uma gordinha.
As dentucinhas sorrindo, e as vesgas usando os óculos da última moda.
Tentando melhorar, sem seguir um padrão, exceto o seu próprio.
Que permite comer um Big Tasty, ter a boca fininha e uma cruzada de pernas meio desajeitada.
Não existe perfeição.
Somente "supostos padrões de beleza".
E seguidores.
Quando na real, ficamos mais "bonitos" nos dias em que estamos mais "feios".
Dependendo do ponto de vista de quem vê.
"She looks like a model. Except she's got a little more ASS."
domingo, 18 de abril de 2010
Francamente falando?
- O que você quer da vida?
- Acho que seria mais correto perguntar o que a vida quer de mim.
- Isso não sei responder. Só sei o que eu quero de você.
- O quê?
- Que você me diga o que quer. De uma vez por todas.
- Francamente falando?
- Por favor.
- Não preciso amar você.
- Não?
- Não. Preciso é não enjoar de você.
- Você enjoa das pessoas facilmente não é?
- Sim. Com mais freqüência do gostaria.
E era verdade.
Enjoava e enojava-se das pessoas. De ver como elas podiam ser extremamente irritantes, sem nada para oferecer, a não serem críticas e reprovações. Cobranças e ciúmes. Nos últimos tempos, evitava comentar com os outros, suas opiniões, seus pensamentos. Sentia-se murchar lentamente. Porque nunca poderia fazer e dizer tudo o que realmente queria ou pensava. Estava cansada de ver os olhares de incredulidade dos outros sobre ela. Como se fosse um inseto asqueroso sob um microscópio.
“Mas não devemos ligar para o que os outros pensam a nosso respeito.”
Ok.
Me diga então um modo de ignorar tudo, sem viver em uma ilha.
Precisamos conviver em sociedade. Sendo hipócritas com os outros e com nós mesmos.
É uma lei de sobrevivência.
O que se precisa hoje em dia não é de “eu te amo”.
E sim de: “eu não enjôo de você em 3 minutos”.
Quanto mais conheço as pessoas, mais AMO OS ANIMAIS.
sexta-feira, 2 de abril de 2010
E viveram felizes para sempre...
...fim.
Final feliz.
É isso? Todo mundo feliz? Fácil assim?
Pra começar:
Como um final pode ser feliz?
Isso deve ter sido criado por algum contador de história infantil, dotado de muita ironia.
“E o príncipe viveu feliz para sempre com a princesa”.
Aposto que nessa hora, ele (pode ser o Hans Christian Andersen) estava rindo com o canto da boca, em afetado sarcasmo, sabendo interiormente de toda a realidade.
Nunca existiu um “para sempre”. Afinal, ninguém nunca mandou notícias do “para sempre”: “Olá, estou aqui no reino de Para Sempre, e mando um abraço aos amigos e um beijo para as amigas”.
Príncipes e princesas se casam por interesses comuns, não por amor.
Amor para a vida toda não existe. Alguém já recebeu cartas do além, de algum apaixonado, dizendo: “Meu nome é João cara de bobão, morri, e estou aqui mandando um recado: mesmo depois de morto, ainda amo Maria cara de pia”.
Amor de momento sim. Existe, e tem por aí, aos montes.
Esse sim pode ser comprovado, uma vez que o orkut e fotolog não nos deixa mentir não é mesmo? Quem nunca viu por aí, um casal que acabou de ficar junto, jurando eternidade?
Benzinho, eternidade é muito tempo.
Empolgações, impulsividade são brindes que estão inclusos no pacote: “Adquira já o seu amor pra toda vida. Vem do nada, arrebata e te faz imensamente feliz”.
Observação: não nos responsabilizamos se o produto acabar em alguns dias, semanas ou meses. No caso de durar anos, favor comunicar à loja, para que possamos comemorar, porque será um caso a parte.
E por favor, não pense que não acredito no amor.
Acredito sim.
Não acredito é na banalização dele.
Nessa imensa bagunça sentimental que vivemos.
Onde todos se amam, todos se querem.
E todos, vivemos felizes para sempre.
Dá um tempo vai.
Ou faz o seguinte: pega o meu telefone, e me liga do além quando você estiver morto já.
Ou deixa um scrap, avisando que lá no além, você ainda ama fulana ou ciclano.
Vou ter imenso prazer, em morder a minha língua.
E você estará me ajudando duplamente, me provando a existência de duas coisas nas quais não acredito: vida após a morte, e amor eterno.
Pra mim, só existe no filme do “Ghost – Do outro lado da vida”.
E ainda assim, a cena da argila é a mais interessante.
- Te amo para sempre.
- Se você amar por hoje, já ta mais do que bom.
Ser utópico é fácil. Ser realista, é que são elas.
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