domingo, 7 de março de 2010
Vício
Acho que essa palavra define Vida.
Para os alcoólatras, tem o álcool.
Para dependentes químicos, as drogas.
Para fumantes, o cigarro.
Os jogadores compulsivos, o próprio jogo.
Esses em especial, são os condenados, porque optaram por vícios supostamente condenados pela sociedade e pela ciência. Mas cada um tem o livre arbítrio de escolher.
Bom ou mau, certo ou errado. São conceitos pessoais e não universais.
Condenamos tudo aquilo que não podemos compreender facilmente.
Mas o vício também faz parte da sua vida.
É. Da sua.
Tão certinha, tão bonitinha, tão perfeitinha.
Você é viciado também meu bem.
Um círculo vicioso: droga-prazer-culpa-falta de prazer-droga-prazer.
O ministério da saúde adverte: você é viciado na sua vida.
Se não está viciado, você não vive, não compreende o vício de outra pessoa e é apenas coadjuvante e não protagonista.
Acho o conceito de 8 ou 80 muito válido.
Ou você sente tudo, ou não sente nada.
Viver no meio termo não dá.
É tedioso e desgastante.
Uma mãe vicia nos filhos.
Um músico viciou na profissão.
Um namorado viciou na namorada.
O pai de família viciou em fazer dívidas.
Sua amiga viciou na vida dos outros.
Seu avô viciou nas balinhas de cereja.
Você viciou nos seus amigos, na balada do sábado e na dança no meio da pista.
Para o desenvolvimento da dependência é necessário que se recorra aos efeitos prazerosos da droga. Esse efeito prazeroso chama-se Reforço Positivo.
Quando você não tem, você anseia por mais e mais.
Por isso:
A mãe fica preocupada se o filho não está em casa.
O músico precisa de inspiração, senão não pode fazer o que ama.
O namorado se desesperou porque a namorada foi viajar e ele não vai ver ela.
O pai de família descobriu que os juros são altos demais.
Sua amiga está entediada porque não tem fofoca pra fazer.
Seu avô tem diabetes.
Seus amigos estão namorando enquanto você está solteiro, a balada do fim de semana não vai rolar, e a música que você gostava não toca mais nas pistas.
O que você vai fazer?
Vai procurar outro vício.
Que estimule e te dê a mesma sensação de prazer de antes.
Porque você não pode viver uma vida sem graça.
Sem estar viciado no prazer de viver.
Não condene o cara caído na sarjeta.
Ele viciou em cocaína.
Imagine se você perder o que mais te dá prazer na vida.
Pra onde você vai?
Pro lado do cara que era viciado em cocaína.
Vocês dois tem algo em comum:
Viciaram no prazer.
Em...VIDA.
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Um comentário:
Somos viciados em viver...
Belo texto, bjs
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