domingo, 4 de maio de 2008

Perdi a voz


- Fico me perguntando se o tempo passar, você ainda estaria comigo?

- Se o tempo passar, você ainda iria me querer com você?

- Não sei nem se te quero agora.

- Mas está comigo.

- Realmente.

- Querido, você se preocupa em analisar as situações, o que acontece, me analisa também.

- Você se incomoda?

- Me irrito. Você me irrita. Muito. Como ninguém.

- Você se irrita consigo mesma. Eu não faço nada.

- Exatamente. Talvez a sua culpa seja ser simplesmente você.

- Devo mudar?

- Se mudar perde a graça, ficaria igual aos outros.

- O comum não é mais atraente?

- Talvez seja por ser mais seguro do que o desconhecido, o incomum.

- E você não gosta de se sentir segura?

- Estou segura.

- É mesmo?

- Sim, estou nos seus braços.

- Você é tão medrosa...

- Você é protetor.

- Do que protejo você?

- De mim mesma.


(...)




- É a 3ª vez que você ouve essa música, por quê?

- Gosto dela. Me desperta sentimento.

- Eu te desperto sentimento?

- Gosto de você também.

- Me ama?

- Dança comigo?



(...)




Todos os sentimentos do mundo.

Mas música nenhuma traduz.

Só você. Mas você não fala. Perdeu a voz.






Cause sometimes it seems like this world's closing in on me... And there's no way of breaking free... and then I see you reach for me.

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