domingo, 17 de agosto de 2008

A natureza do meu jogo...


É uma forma de auto defesa.

Sobrevivência.

É magoar para não ser magoada. Ferir para não ser ferida.


Arranhar primeiro, antes de sair totalmente desfigurada dessa briga de gatos. Ao menos, costumava ser assim. Até encontrar alguém que, como ela, gostava de jogar.

E o pior: sabia fazer isso muito bem. Encontrava os pontos fracos, brincava com eles.

Mascarava tudo.

Um lobo em pele de cordeiro.


Criava incógnitas e dúvidas. E como ela gostava disso.

Dos jogos de palavras, das provocações não declaradas, confusões mentais, tudo misturado em beijos molhados, mordidas e sacanagens.


Estavam perdidos.

Ou encontrados.

Impossível prever.


No fundo, queria torturar esse lobo.

Muito.


Até que ele admitisse que a verdadeira jogadora era ela.

Mas ela queria ser torturada, ficar agoniada.


A única coisa que ele esqueceu de prever, foi a diferença existente entre eles: Ela era mentirosa, e iria olhar nos olhos dele, e mentir descaradamente.


Esperava que ele fizesse o mesmo. Para o bem dele. Isso, é claro, se ele não estivesse com a mente confusa e atrapalhada demais, para não esquecer a única certeza que tinha sobre ela:



Era somente um jogo.














E era ela quem sempre vencia.














Mesmo que jogasse sujo, sempre vencia.

Um comentário:

Manuka disse...

Se alguma editora ver esse blog, já teremos um livro para 2009.
Você escreve muito bem...
Adorei este texto.
Bjos