quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Prisão ...


De todas as formas de temer algo na vida, o medo de perder quem se ama é um dos mais inexplicáveis.

Amar por si só já é algo fora da compreensão, a ciência não pode explicar, computar os dados, e a teologia, ou "aquele alguém que nós não mencionamos" tampouco.


Vai além.

É como a teoria da evolução.

O que é aceitável, o que se pode explicar ou medir? Ou pior: entender?


Fato é que evoluímos no modo de perguntar demais e aceitar de menos.

Nisso jamais evoluíremos o suficiente.

Sempre sobrará espaço para uma dúvida aqui, uma pergunta lá. Mas a necessidade de tentar compreender é involuntária.


Deixar-se levar e apenas sentir, aí sim: é opcional.


E sem perceber, perder à nós mesmos, é tudo o que queremos.

Ter aquilo que nós dá mais medo de ter, viver aquilo que é mais complicado...

Mas que compensa mais do que qualquer coisa.


Ao inferno com isso.

O medo não é de amar. É de perder o amor.

Sem amor, se vive, inconscientemente, mas vive.


Talvez você não veja tantas cores, ou as músicas não lhe façam tanto sentido.

Mas é quase como se habituar a viver no escuro: o hábito não lhe dá necessidade de luz.


Perder um amor, você não mais vive.

Sobrevive.

Vê mais cores, e as músicas lhe fazem mais sentido.

Mas as mesmas estão sem brilho ou arranhadas.

E você se habitua também ao escuro: mas a necessidade de luz sempre está ali. Enfim. O medo nunca foi de amar. É de perder. Aquilo que faz tão bem, aquela certeza que te faz desconfiar se o seu juízo está mesmo perfeito.


Por isso nos pegamos olhando a outra pessoa, tentando descobrir o que ela fez para mexer tanto conosco.

Teria sido feitiçaria?

Macumba?

Reza braba?

Ou vai ver, foi apenas aquele olhar que ela tem, quando muda a expressão de repente.


E vai do amor à sacanagem.

E todos os muitos "olhares que só fulano ou fulana tem".


- Você tem 4 tipos diferentes de olhares.

- Quais?

- Um quando está entre os amigos, rindo. Outro quando parece uma criança cheia de manha. Mais um quando fica sério, e por último, aquele de que mais gosto.

- Que é...

- O que você dá quando olha para mim.















E nunca tive medo de amar.

É o de perder aquilo que mais prezo:






"Amar você".














Though your world is changing...I will be the same: slave to love.

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