quarta-feira, 2 de abril de 2008

Ela não é do tipo em quem se possa confiar...



Nem um pouco.

Quando parava para refletir sobre si mesma, tentava se enquadrar em algum padrão.
Tarefa difícil. Não se encaixava em nenhum.

Seria tão mais fácil ser um tipo somente.
Certinha e honesta. Perfeccionista e responsável. Bonitinha e ordinária. Bondosa e sincera. Maliciosa e mentirosa.

Mas não. Que inferno!
Tinha que ser todos os tipos. Em uma pessoa só. Como fases da lua. Estações do ano. Moda. Isso. Uma garota de tendências. Para todos os estilos, gostos e desgostos.

Clássica e urbana. Casual. Arrojada.

Tinha as qualidades da mulher moderna.
Trabalhava, estudava e gostava de sexo.
Bebia e fumava ocasionalmente. Tinha vários amigos. E gostos estranhos.

Variava de humor de uma hora para outra.
Do nada, como quem usa cinta liga por baixo de vestido recatado.

Ninguém sabia o que esperar dela. Sabiam somente, que valeria esperar. Porque ela superava expectativas. Era por si mesma, uma expectativa. Daquelas que dão frio na barriga e arrepio na nuca.

Uma pena gostar tanto da palavra liberdade.
Podia se prender de tempos e tempos, mas isso nunca durava.
Renova-se constantemente em busca de novas experiências, e durante o processo, acumulava mágoas de pessoas, que diferentes dela, queriam compromisso.
Desejam a realização do “amar e ser amado”.

Ela só queria ser amada. Muito. Com loucura. Queria também curtir com os amigos, piscar os olhos e sorrir sem compromisso para quem despertasse sua atenção. Sem isso se sentia triste e era como se não vivesse sua própria vida. Aliás, sem isso não vivia. Apenas existia. Esse tipo de garota não pode apenas existir. Precisa marcar.






Mas não se engane. Ela não é um tipo sofisticado de vagabunda.







Apenas não nasceu para ser apresentada para a sua mãe.

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