sexta-feira, 4 de abril de 2008

Olho para a chuva que não quer cessar...



Chovia copiosamente naquela tarde.
Chorava copiosamente também aquela garota.


Que insiste em lembrar do que já passou, vive mais de passado do que de presente, futuro então, nem sabe o que é isso.
Lembra de casos passados, vive os medos passados, e nunca exorciza o que de ruim eles trazem consigo.

Usava água benta, alho, pé de coelho, trevo de quatro folhas.
Precisava de sorte, de um milagre, de proteção.
E acima de tudo: precisava do medo.


Sem esse não vivia mais.
Era mais fácil. Ter medo do que ter coragem.
O antônimo negativo era sempre a opção mais agradável.

Medo de se relacionar.
Envolver-se.
Doar a si mesma.
Dar o melhor e esperar o melhor em troca.

De amar, se deixar amar.







E ver nos outros aquilo que não havia mais nela:
Humanidade.







Tire as roupas pra secar, se essa chuva não parar...O que se vai fazer agora?

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